Brasil Colônia – Ciclo do açúcar e do ouro
É chamado de Brasil Colônia o todo o período que o Brasil foi colônia de Portugal, da chegada dos portugueses, em 1500 até a independência do país, em 1822.
Podemos estudar este período da história brasileira em 4 tópicos: Período Pré colonial, Organização Administrativa, União Ibérica e Ciclo do açúcar e ouro.
Neste artigo estudaremos o Ciclo do açúcar e do ouro, que se inicia em 1530, logo após o término do período Pré Colonial, que ficou conhecido pela exploração do pau-brasil, madeira muito usada para tingir tecidos na época.
Atividade açucareira
As primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram ao Brasil pelas mãos de Martim Afonso de Souza, a fim de iniciar a colonização do novo território, pois houveram muitas invasões no final do Período Pré Colonial.
A produção de açúcar foi a atividade econômica que gerou maiores riquezas para a metrópole, devido ao fato de o açúcar ser um produto de grande aceitação no mercado europeu e as terras brasileiras eram propícias para o plantio da cana-de-açúcar. Para montar os engenhos, os portugueses contaram com empréstimos holandeses, que também tinham direito a transportar, refinar e comercializar o produto na Europa.
A sociedade açucareira era baseada no latifúndio (uma propriedade agrícola de grande extensão pertencente a uma única pessoa ou família), monocultura (produção ou cultura agrícola de apenas um único tipo de produto agrícola, nesse caso, a cana-de-açúcar) e trabalho escravo, sendo este último um outro grande gerador de lucros, através do tráfico negreiro.
Entretanto, a partir da expulsão dos holandeses de Pernambuco, a atividade açucareira entra em processo de declínio, uma vez que passa a competir com o açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas, que era de melhor qualidade e menor custo, sendo que sua taxa de frete era menor, por estar localizado mais próximo da Europa.
Atividade mineradora
Frente à diminuição das exportações do açúcar, Portugal precisa encontrar uma nova fonte de riqueza na colônia. Sendo assim, passa a incentivar as entradas dos bandeiras, que eram expedições com intuito principal de encontrar riquezas e expandir o território. Os bandeirantes, como eram chamados, exploravam o território brasileiro em busca de novas riquezas. Foi quando o ouro em terras brasileiras foi descoberto.
Com a descoberta do ouro ocorrem diversas transformações nas regiões auríferas, como o crescimento populacional, elaboração de legislações específicas para as áreas mineradoras, além do desenvolvimento do mercado interno e produção agrícola de abastecimento e criação de órgãos responsáveis por fiscalizar, cobrar impostos e distribuir terras auríferas.
A sociedade mineradora era de tendência urbana e possuía, além dos donos de minas e escravos, uma classe chamada grupo médio, constituída por funcionários públicos, comerciantes, artesãos e elementos do clero.
O declínio da atividade mineradora deu-se por conta do eventual esgotamento das minas e falta de técnica na exploração.
É interessante ressaltar que boa parte do ouro enviado a Portugal acabou indo para a Inglaterra, em virtude do “Tratado de Methuen” (1703) pelo qual Portugal comprava tecidos e vendia vinhos. O desequilíbrio na balança comercial era sustentado pela nação devedora, no caso, Portugal.