Escalas – Como Interpretar os Mapas
Muitas pessoas acreditam que os mapas surgiram com as navegações dos séculos XV e XVI. Porém, isso não é verdade. Mesmo na Idade das Pedras, os homens desenhavam nas paredes das cavernas imagens que localizavam algum recurso importante para a sobrevivência, como água, comida, animais, dentre outros. Assim, mesmo com desenhos muito primitivos, eles conseguiam registrar o que precisavam, marcando “X” nas áreas importantes. O mapa mais antigo encontrado foi feito em 6204 a.C, na Turquia.
Porém, a cartografia somente se consagrou como importante método geográfico quando os Europeus começaram a navegar por águas desconhecidas. Isso porque o comércio tomou muita importância na economia e todos estavam a procura de novas rotas. Com o tempo, os mapas foram passando de meros desenhos grosseiros para descrições mais detalhadas, com muito mais técnica aplicada.
As pessoas que desenhavam os mapas e desenvolviam as técnicas começaram a perceber que não tinha como eles representarem tudo o que precisavam em um pedaço pequeno de papel. Então, começaram a ser provocadas distorções nos mapas para que assim, eles pudessem focar nas áreas que realmente os interessavam.
Não existem mapas que representam perfeitamente uma superfície, logicamente porque ela é muito grande. Por isso, hoje classificamos os mapas em:
- Conforme – se prioriza a forma.
- Equidistante – se prioriza a distância.
- Equivalente – se prioriza as áreas.
Além disso, os mapas são criados conforme uma projeção específica. Por exemplo, o mapa cilíndrico será criado em um plano de projeção cilíndrico que envolve a superfície da terra. Então, o ponto onde o cilindro encosta no planeta é o que possui menos mudança de representação.
Na projeção cônica, um cone envolve a superfície terrestre. Assim, os paralelos convergem para um mesmo ponto. Da mesma forma, ele terá menos distorções no meio da esfera, que será onde a projeção tem contato.
Por último, a projeção azimutal é apenas um plano que possui um ponto somente com a esfera terrestre. Ou seja, somente este ponto será fiel não possui distorção, e é a representação que está sendo priorizada.
Além destas técnicas, os cartógrafos também utilizam as escalas para representarem uma superfície. Para isso, é feita uma redução dela, de forma que o espaço fique proporcional.
Escalas- Como compreender?
Quando vemos um mapa do Brasil, ele não está representado no tamanho real. Na verdade, ele está reduzido para um tamanho que seja bom para seu objetivo. A escola deixa proporcional as distâncias do mapa às da realidade.
A escala gráfica é representada por uma régua graduada na qual está determinada a relação que se impõe sobre o mapa. Na escala abaixo, cada 1 cm no mapa é, na realidade, 5 km na distância real. E assim continua, 2 cm equivalem a 10 km, 3 cm a 15 km e 4 cm a 20 km.
Já a escala numérica é uma relação matemática na qual existe uma razão que relaciona o mapa com a realidade. Por exemplo, na imagem acima, a razão, escrita no canto inferior direito, é 1:500 000. Isso significa que o mapa é 500 000 vezes menor que a realidade. Ou seja, as distâncias reais e áreas foram diminuídas 500 000 vezes. Então, 1 cm no mapa representa 500 000 cm no real. Ou seja, 5 km.
Quanto maior for o denominador da escala, menor ela será. No nosso exemplo, o denominador é 500 000. A escala (E) é definida pela distância no mapa (d) sobre a distância real (D). No exemplo apresentado:
E = d/D = 1/500 000.
Assim, quanto maior o denominador, mais eu reduzo a minha representação e menor é minha escala. Já, quanto maior o denominador, menor a redução e maior a escala. É uma relação inversa entre redução e tamanho da escala.
As escalas são muito importantes para a cartografia pois elas definem o que será representado melhor e o que irá destacar. Todos mapa tem um propósito definido, seja de mostrar um elemento específico ou destacar uma região. Numa escala feita por um arquiteto, ela será grande pois dará prioridade aos elementos principais da casa. Por exemplo, parede, móveis, piso, portas, dentre outros. Já numa escala para representar a África, ela será pequena e o nível de detalhamento, menor.