Unificação da Alemanha

Por muitos séculos, os alemães viveram em numerosos pequenos estados governados por senhores de terras, numa fragmentação típica do feudalismo. Ao ser desmembrado o império de Carlos Magno, que unira os alemães no século IX, vários ducados formaram o reino da Germânia, de unidade frágil, pois os ducados rivalizavam entre si. Em 962, com a expansão do reino, fundou-se o Sacro Império Romano-Germânico, que incluía a Itália e era uma unidade apenas formal: a autoridade do imperador dependia da amizade que conseguisse dos senhores feudais e estes continuavam bastante autônomos e rivais. As rivalidades aumentaram com o protestantismo, no século XVI: enquanto os Estados alemães do sul permaneciam católicos, ao norte a maioria tornava-se protestante.

Nessa situação confusa, começou a destacar-se o Estado da Prússia, que crescia anexando territórios, através de manobras habilidosas ou pela força. No século XVIII já era uma potência. Invadida pelas tropas de Napoleão, a Prússia foi ocupada de 1806 a 1813: nesse período, sob influência da França, que acabara com o feudalismo na revolução de 1789, adotou importantes reformas.

Otto Von Bismarck

Otto Von Bismarck

Na paz estabelecida pelo Congresso de Viena (1815), depois da derrota de Napoleão, a Prússia ganhou as regiões de Vestfália, Renânia, Sarre e Ruhr, que seriam a base do futuro crescimento industrial alemão. O Congresso de Viena extinguiu o Sacro Império e criou a Confederação Germânica, aliança de defesa mútua entre 39 Estados, liderada pela Áustria e que estava longe de ser uma unidade política. Mas a Prússia já iniciara o processo de unificação com as reformas que se seguiram à invasão napoleônica.

A Unificação

Uma das reformas prussianas foi a extinção das taxas alfandegárias internas pela lei do Zollverein (União Aduaneira) em 1818: unificando 67 tarifas, o país criava um comércio livre em seu território, o que atendia o interesse da nascente burguesia industrial. Outros Estados alemães foram aderindo e, em 1854, o Zollverein cobria toda a nação numa integração comercial, grande passo para a unidade política. A Prússia já liderava de fato a Alemanha. Os participantes da rebelião que ocorreu em Berlim em 1848 haviam exigido a unificação, além de maiores liberdades políticas. A rebelião foi reprimida, mas no ano seguinte uma Assembléia de Estados em Frankfurt pedia ao rei prussiano Frederico Guilherme IV que fosse o soberano da Alemanha. Ele recusou, porém, seu sucessor, Guilherme I, nomeou um primeiro-ministro que concretizaria a unificação. Bismarck, o primeiro-ministro prussiano, dedicou-se a enfraquecer a Áustria e a eliminar a influência da França em alguns Estados alemães. Provocou guerras contra esses países e venceu a ambos. Vencida a Áustria, em 1866, criou-se uma confederação dos Estados do norte, sob a direção de um só Parlamento. Derrotada a França, a Prússia unificou a Alemanha num império, o II Reich, instituído no dia 18 de janeiro de 1871.

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