Tiradentes

Joaquim José da Silva Xavier nasceu em 1746 em São José del-Rei (hoje Tiradentes, em Minas Gerais). Filho de um pequeno fazendeiro e minerador, ficou órfão aos 11 anos e seu padrinho, um prático de cirurgia dentária, lhe ensinou o ofício de “tira-dentes“.

Na época, as reservas de ouro de Minas Gerais começavam a esgotar-se e o governo colonial português cobrava impostos cada vez maiores. Havia, por exemplo, imposto fixo de 500 arrobas de ouro anuais. Acontece que desde 1762 a produção não atingia esse total. Essa situação e o tratamento injusto que os funcionários da Coroa davam aos brasileiros indignavam as pessoas mais esclarecidas.

Tiradentes possuía conhecimentos de mineralogia e interessava-se por hidráulica. Viajava muito como vendedor ambulante e, em Salvador, ligou-se à maçonaria, onde se discutia política. Após uma série de insucessos econômicos, tornou-se militar, alistando-se no Regimento dos Dragões de Vila Rica (atual Ouro Preto), capital da província de Minas Gerais, comandado por Francisco de Paula Freire de Andrade, chegando a atingir o posto de alferes. Não satisfeito com a carreira militar, conseguiu uma licença e foi tentar a vida no Rio, em 1788.

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Tiradentes

A Inconfidência Mineira

No Rio conheceu José Álvares Maciel, filho do capitão-mor de Vila Rica e recém-chegado da Europa. Maciel teria então revelado a Tiradentes o declínio das monarquias absolutas na Europa e seu encontro co Jefferson. Tiradentes e Maciel voltaram para Vila Rica, onde passaram, juntamente com outras pessoas descontentes com o sistema se taxação aurífera, a articular um movimento para a independência da província.

Quem primeiro aderiu ao movimento sedicioso foi o tenente-coronel Paula Freire, comandante do regimento em que Tiradentes servira e a pessoa mais influente na província, depois do governador. Logo, outras pessoas da sociedade mineira juntaram-se à conspiração: os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, vigário de São João del-Rei, José da Silva Oliveira Rolim e Luís Vieira da Silva, cônego de Mariana; os poetas Inácio de Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa; e o fazendeiro, mineiro e tenente-coronel Joaquim Silvério dos Reis, grande devedor de impostos à Coroa, que acabou denunciando os conspiradores.

Tiradentes e os outros inconfidentes foram presos pouco antes do dia marcado para a revolta, em 1789. Em 1792, foram anunciadas as condenações dos rebeldes, muitos com a pena de morte. A maioria das penas, no entanto, foi comutada, menos a de Tiradentes, “para servir de exemplo”. A 21 de abril, foi enforcado. Teve seu corpo esquartejado e espalhado pelas principais estradas. Ficou conhecido como “O Mártir da Independência“.

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