Primeira Revolução Industrial (1760 a 1850)

A primeira nação a se industrializar foi a Inglaterra, sendo a pioneira na Revolução Industrial. Reunindo condições favoráveis, utilizou os capitais acumulados durante a Revolução Comercial como investimentos no setor de transformação.

Fatores que possibilitaram o pioneirismo inglês:

  • Burguesia com poder financeiro;
  • Governo Parlamentarista;
  • Controle sob a oferta de produtos manufaturados, vindos das colônias;
  • Posse de matérias-primas necessárias para a confecção de máquinas e geração de energia;
  • Crescimento populacional que garantiu a abundância de mão de obra.

A Industrialização da Inglaterra

Os grandes proprietários também colaboraram, pois ao cercarem suas terras, inclusive as comunais (de uso comum), arruinaram os pequenos proprietários; ao substituírem a lavoura pela pecuária (criação de ovelhas) liberaram mão-de-obra, cujo excedente deslocou-se para as cidades, e iriam se constituir nos futuros trabalhadores fabris.

Por outro lado, devido ao crescimento populacional em escala mundial, houve um aumento da procura de mercadorias para atender às necessidades de consumo, estimulando assim a produção e a produtividade. A solução foi a invenção e o uso de máquinas, tanto na lavoura como nas manufaturas. Certamente as invenções industriais não surgiram por acaso, mas da necessidade de se aumentar a produção e diminuir os custos, proporcionando maiores lucros ao empresário.

O desenvolvimento da máquina a vapor por James Watt, em 1768, possibilitou superar o obstáculo da força motriz. Tradicionalmente eram utilizadas a energia humana, a animal, a eólica e a hidráulica. Nenhuma delas porém era tão adaptável e eficiente como a energia a vapor, que podia ser utilizada nas fábricas, e estas podiam ser construídas próximas às fontes de fornecedoras de matérias-primas.

As máquinas primitivas de madeira foram substituídas pelas de ferro. A fabricação de ferro fundido ganhou grande impulso a partir da substituição do carvão vegetal pelo mineral, transformado em coque e com maior poder calorífico. Todas essas transformações arruinaram as pequenas oficinas artesanais e os artesãos foram transformados em operários.

Condições de Trabalho

Porém, apesar de todo o progresso econômico, as condições de trabalho, na primeira fase da Revolução Industrial (1760 a 1850) eram desumanas. Não havia legislação trabalhista nem proteção do Estado à classe trabalhadora. Assim, o trabalho nas fábricas era realizado em ambientes úmidos e insalubres, e as jornadas atingiam dezesseis horas por dia, seis dias por semana. O salário meramente mantinha o trabalhador vivo. Nos bairros operários, as moradias eram péssimas, sem rede de água e esgoto, e muitos se entregavam ao alcoolismo. Não havia contrato de trabalho, aposentadoria, férias, nem pensão para as viúvas.

Em muitas fábricas era comum o emprego de mulheres e crianças, por ser uma mão-de-obra mais barata que a dos homens. Muitas crianças, retiradas dos orfanatos, moravam na própria fábrica, sujeitas à fome, frio, excesso de trabalho e acidentes com máquinas.

Essas condições geraram protestos dos trabalhadores, mas como a lei inglesa proibia greves e associações operárias, a polícia reprimia-os com violência. Fábricas foram destruídas pelos artesãos que temiam as concorrências, porém inutilmente.

A Revolução Industrial trouxe também muita poluição

A Revolução Industrial trouxe também muita poluição

Capitalismo Financeiro

A máquina a vapor também revolucionou o setor de transportes. A invenção do navio a vapor por Roberto Fulton, em 1808, e a locomotiva, desenvolvida por Stephenson, em 1825, foram os principais avanços. A estrada de ferro revolucionou os transportes terrestres a tal ponto que o século XIX é chamado de “o século das ferrovias”.

Na verdade, a ideia de industrialização, sinônimo de desenvolvimento e progresso, foi o que a Inglaterra mais exportou. Nas primeiras décadas do século XIX, ela se difundiu pela Bélgica, França, Alemanha, Itália e Estados Unidos.

Os meios financeiros ganharam extraordinária importância. O comércio e a indústria necessitavam de créditos para transformá-los em capital de giro. Os bancos financiavam os empreendimentos, criando uma dependência das indústrias, do comércio e até mesmo dos governos. Os financistas se transformavam na aristocracia burguesa. Iniciava-se a era do “capitalismo financeiro” que dominou a economia até o início do século XXI.

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