O Império Otomano: Exército e Decadência
No século XV, o Império Otomano era o mais poderoso e temido de toda a Europa, dominando a região do Mediterrâneo e também grandes porções de terras na Europa oriental, Oriente Médio e norte da África.
Através dos Otomanos a religião islâmica foi levada a muitos povos conquistados pelo império. Isso, porém, acontecia sem imposições violentas, pois esses povos conservavam certa liberdade na escolha de seus caminhos religiosos. Os otomanos estavam mais preocupados em montar uma administração central para obter impostos e enriquecer para financiar seus objetivos do que em se impor pela violência, obrigando os conquistados a assimilar sua cultura. Por isso, alguns países conquistados preferiam o governo dos turcos ao de seus próprios dirigentes.
A base do poderio otomano estava na organização militar, que se desenvolvia desde o início do Império quando, ainda no século XIII, Otman derrotou os seldjúcidas, libertando sua tribo. A partir de então, os otomanos expandiram-se sem cessar até o século XVI.
Características do exército Otomano
Desde suas origens o Império apresentou o caráter de um exército acampado nas terras conquistadas a fim de manter a ordem. Sua autoridade máxima era o sultão. Este não era apenas o chefe do Exército, mas chefe religioso e profeta.
Soldados também eram recrutados nas regiões conquistadas: a cada cinco anos, um quinto dos filhos de cristãos era arrebatados e educados segundo a tradição islâmica. Tornavam-se profissionais, dedicando-se exclusivamente à luta. As tropas assim formadas eram de excelente qualidade e muitos soldados tornavam-se fervorosos muçulmanos, militando por consagração pessoal à causa divina: sua guerra era santa.
Os otomanos pouco sabiam sobre a fabricação de armas, utilizando inovações vindas do Ocidente. Como ofereciam ótimos salários a quem quisesse colaborar com eles, tinham fácil acesso a essas inovações: foram os primeiros a usar amplamente as armas de fogo e a artilharia.
O Império Otomano atingiu o auge sob Solimão II, o Magnífico, que governou de 1520 a 1566. A Europa desse período, se comparada ao Império, era fraca o suficiente para que os soberanos europeus não hesitassem em assinar tratados de garantias com os otomanos. Através dos impostos, o sultão pôde incentivar as letras e as artes, construir monumentos e mesquitas, símbolos do apogeu econômico e político dos otomanos.
A Decadência do Império
No século XVI iniciou-se a decadência que se prolongou até o nosso século. A economia desintegrou-se lentamente e mesmo o temível Exército sofreu algumas derrotas importantes. O Império perdeu muitos de seus territórios nas guerras contra os austríacos e, posteriormente, contra os russos.
Lutando ao lado dos alemães, os otomanos foram derrotados na Primeira Grande Guerra e seu Império se deslumbrou. Após um período crítico, em 1923 o Exército tomou o poder e eliminou as reminiscências do antigo e poderoso Império Otomano.