Dengue – Saiba sobre a transmissão, sintomas e o vetor.

A Dengue, assim como a Catapora, Varíola, Parodite, Raiva e a Poliomelite são enfermidades causadas por vírus. A Dengue é conhecida dos brasileiros deste os tempos do Brasil-colônia, uma vez que seu vetor, o mosquito Aedes Aegypti, tem origem africana e veio para o Brasil junto com os navios negreiros.

É hoje considerado um dos maiores problemas de saúde pública do nosso país, uma vez que não existe vacina para a doença e o controle de reprodução de seus vetores é dificultado pelos hábitos intra-domiciliares do mosquito. Em Minas Gerais, por exemplo, em média, são notificados 1.016 casos de dengue por dia (Abril/2019).

Transmissão

Como dito anteriormente, a transmissão dá-se pela picada do mosquito Aedes Aegypti. Ele é proveniente da África, mais especificamente da região do Egito, por isso seu nome. É um mosquito que sobrevive em áreas tropicais e subtropicais, onde existam cidades. Isso porque o Aedes está muito adaptado aos hábitos humanos, podendo se reproduzir em águas paradas.

Antes acreditava-se que o mosquito se reproduzia apenas em água limpa e parada, sem a presença de minerais, sais, etc. Porém, sabe-se hoje que a fêmea se reproduz em águas com altos índices de poluição, colocando seus ovos. Na verdade, por as larvas serem muito sensíveis à luz, as fêmeas até preferem as águas mais sujas, o que proporciona mais sobrevivência. De ovos, eclodem as larvas, que passam para a fase de pupas e depois para a fase adulta.

Aedes aegypti

Aedes aegypti. dele. Apesar de existirem as 4 classificações da doença, todas elas possuem sintomas próximos, que se diferenciam muitas vezes pela intensidade.

Bom, além da Dengue, o Aedes Aegypti também é responsável por transmitir outras doenças como a Zika, Febre Amarela e Chikungunya. Todas são doenças possivelmente fatais e que hoje em dia representam um problema de segurança e saúde pública em diversos locais.

O mosquito é hematófago, ou seja, ele se alimenta de sangue. Mede cerca de 1 centímetro e possui manchas brancas pelo seu corpo. O Aedes possui hábitos diurnos.

Sintomas

Existem 4 sorotipos do vírus da dengue: D1, D2, D3 e D4. Estes diferentes tipos trazem a tona o aumento da gravidade da doença. O tipo 4 é o mais raro no Brasil, e por muitos anos, não houveram quaisquer ocorrências dele. Apesar de existirem as 4 classificações da doença, todas elas possuem sintomas próximos, que se diferenciam muitas vezes pela intensidade.

Nos adultos, a dengue começa a se manifestar com a febre alta, cansaço, dores musculares, olhos vermelhos, pequenas manchas pelo corpo e coceira. Já em crianças, além deste sintomas citados, também é comum vômito, diarreia, fraqueza e falta de apetite. Geralmente os sintomas começam a diminuir após uma semana, aproximadamente.

Muitas pessoas acreditam que se for contaminada pela primeira vez, ela irá contrair o nível mais brando da doença, e, na segunda vez, o mais severo. Porém, isso não é verdade. Os tipos da dengue não escolhem o hospedeiro. O mosquito pode tanto contem o tipo 1 quanto o 4.

No caso da dengue chamada de “Dengue Hemorrágica”, os sintomas iniciais são os mesmos da dengue comum. Porém, após aproximadamente três dias, o hospedeiro começa a ter uma permeabilidade maior dos vasos sanguíneos, cujas paredes vão ficando cada vez mais finas. Por isso, os vasos rompem e causam sangramento no ouvido, nasal, vaginal, cutâneo, dentre outros. Isso é o primeiro sinal de que pode ocorrer o extravasamento de plasma.

Este quadro de Dengue Hemorrágica pode ou não progredir para o quadro clínico mais grave com o extravasamento de plasma, que leva ao acúmulo de líquido nos pulmões e a perda de função de alguns órgãos. Com isso, o paciente pode apresentar complicações neurológicas, insuficiência hepática, renal, derrame, dentre outros problemas. Neste estágio, o paciente chega a óbito dentro de 12 horas, aproximadamente.

Profilaxia

Ainda não existe vacina contra este vírus, sendo que a profilaxia consiste em evitar acúmulo de água parada (onde a fêmea do mosquito deposita seus ovos, que precisam ser hidratados para se desenvolverem), mesmo em pequenos recipientes, como uma tampa de refrigerante ou uma casca de ovo. Para isso, são realizadas muitas campanhas pelo o governo, que mandam fiscais para a visita domiciliar. O uso de telas em janelas e portas e repelentes podem evitar a contaminação.

Hoje em dia também são utilizados meios mecânicos para combater as epidemias. Os “fumacês” passam pelas ruas soltando inseticidas que matam os insetos, larvas e pupas. Além disso, maneiras mais modernas estão em alta, como a modificação genética do mosquito. Os OX513A, mosquitos modificados, são os que recebem uma mudança genética para que produzam apenas uma prole que irá morrer antes de chegar a idade adulta. Com isso, o Aedes perde a sua capacidade de transmitir doenças, uma vez que isso só é feito na fase adulta. Essa prática funciona, e já foi testada  no Brasil, Ilhas Cayman e Panamá. Inclusive, no Brasil, isto passou da fase de pesquisa e já foi colocado em prática na cidade de Piracicaba, em São Paulo.

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