Reforma Protestante – Anglicanismo

Tratamos anteriormente da Reforma Protestante e sua repercussão na Alemanha e Suíça, através das ideias de Martinho Lutero e João Calvino. Falaremos agora sobre o impacto da reforma religiosa na Inglaterra e surgimento da Igreja Anglicana.

A Reforma na Inglaterra

Diferentemente do que aconteceu na Suíça e na Alemanha, o rompimento com a Igreja Católica na Inglaterra não se deu por razões morais e sim por motivos políticos e econômicos. Nesse país prevalecia o poder monárquico absoluto, ainda que nominalmente a autoridade maior fosse a do Parlamento.

O rei Henrique VIII era um grande amigo da Igreja, fazendo doações de terras, bens e dinheiro, além de exercer grande influência sobre a instituição. O monarca inclusive recebeu do papa o título de defensor da fé, por combater os ensinamentos de Lutero em seu reinado.

Henrique VIII

Rei Henrique VIII

Essa boa relação entre a Inglaterra e a Igreja Romana foi prejudicada por interesses políticos divergentes. No século XVI o papado declarou aliança com a Espanha, um rival econômico para os comerciantes ingleses. Para manter boas relações com a Espanha, Henrique VIII havia se casado com uma princesa espanhola, chamada Catarina de Aragão.

A rainha, no entanto, não teve filhos que pudessem perpetuar a dinastia dos Tudor no poder inglês e Henrique VIII decidiu solicitar a anulação do casamento com Catarina, para que pudesse se casar com a dama da corte Ana Bolena. Em condições normais o papa não negaria o pedido de um rei tão estimado. Contudo, a Espanha daquela época era o principal país católico da Europa, além de ser responsável pela manutenção do papado romano. Por isso, o papa recusou o pedido de divórcio de Henrique VIII, causando o rompimento com entre a Inglaterra e a Igreja Católica.

Igreja Anglicana

Em 1534 o Parlamento inglês votou o Primeiro Ato de Supremacia, que determinou que Henrique VIII se tornasse o chefe da Igreja inglesa. Em termos doutrinários, não havia uma distinção entre a Igreja Anglicana e a Romana. A igreja do rei inglês inclusive não aceitava o divórcio, motivo que justificou a separação.

Protestantismo na Inglaterra

Com a morte de Henrique VIII, assumiu o herdeiro Eduardo VI, com apenas 9 anos de idade. Após sua morte, subiu ao trono sua meia irmã, Maria Tudor, que se casou com o rei da Espanha e exigiu que a Igreja Anglicana retornasse ao seio da Igreja Romana.

Apenas com Elizabeth I, sucessora de Maria Tudor, o anglicanismo se consolidou de fato da Inglaterra. Em seu reinado foi votado o Segundo Ato de Supremacia, pelo qual o rei voltava a ser o chefe da Igreja. Além disso, buscou-se conciliar os princípios religiosos protestantes e católicos. Do ponto de vista hierárquico, prevaleceu o catolicismo, mas no que diz respeito à doutrina, aproximou-se do protestantismo, uma vez que a salvação pela fé e a manutenção de apenas dois sacramentos foram incorporadas.

Apesar de incorporar alguns aspectos do protestantismo, o calvinismo foi amplamente combatido na Inglaterra.

Deixe sua mensagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *