Blocos Econômicos: Mercosul

O fim da Guerra Fria representou uma nova forma de organização comercial. O fim da bipolarização fez surgir um mundo globalizado, onde os países passaram a ter liberdade de relacionamento político e econômico com os outros, criando cada vez mais relações de dependência e, muitas vezes de submissão.

Para combater abusos praticados por políticas protecionistas aos poucos foram sendo criados grupos de países que se apoiavam em prol do crescimento econômico. Estes grupos, denominados blocos econômicos se estenderam por todos os continentes e hoje se encontram muito bem estruturados. O Mercosul é um desses blocos econômicos, e é dele que falaremos a seguir.

O Mercosul

O Mercado Comum do Sul foi criado no dia 26 de março do ano de 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção no Paraguai. O Mercosul é a união comercial desenvolvida entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela começou a fazer parte deste bloco a partir de 2006.

Apesar de ter sido criado somente em 1991, desde 1980 já haviam esboços desse Tratado, quando Brasil e Argentina assinaram vários acordos comerciais com o objetivo de integração.

O objetivo da criação deste bloco foi facilitar as trocas comerciais entre os países participantes, além de ampliar o trânsito de pessoas, proporcionando mais oportunidades de desenvolvimento turístico e artístico. Os acordos de livre comércio estabelecidos diminuem as taxas de importação de produtos vindos de um dos integrantes, possibilitando maior competitividade entre a produção do bloco e os produtos importados de outras localidades.

Essa zona de livre comércio entre os países membros teve início em 1995, quando cerca de 90% dos produtos produzidos nesses países começaram a ser comercializados sem tarifas comerciais.

Os Conflitos Comerciais entre Brasil e Argentina

Bandeira do Mercosul

Mercosul: Mercado Comum do Sul

Dentre os países que fazem parte do Mercosul as economias mais desenvolvidas do bloco são Brasil e Argentina,  fazendo dos eixos RJ – SP e Montevidéu – Buenos Aires os principais polos de comércio e instalação dos escritórios das maiores empresas internacionais.

No final dos anos 1990 iniciou-se uma grave crise. A desvalorização do real diante do dólar fez com que os produtos brasileiros ficassem mais baratos dentro do Mercosul e invadiram o mercado argentino, forçando o governo a aumentar as taxas de importação dos produtos brasileiros, contrariando os acordos feitos. Isso aconteceu principalmente no setor automobilístico e na linha branca (fogões, microondas, geladeiras).

No setor agrícola também tiveram divergências, já que os argentinos alegam que os agricultores brasileiros recebem subsídios do Governo, o que faz com que o açúcar chegue à argentina com um preço muito competitivo, dificultando o comércio na Argentina.

Os tecidos brasileiros feitos de lã e de algodão começaram a ter dificuldades para entrar na Argentina em 1999, mesmo ano em que os argentinos começaram a exigir selo de qualidade nos calçados vindos do Brasil. Esta medida visava prejudicar a entrada de calçados brasileiros no mercado argentino. Foi então que o Brasil recorreu à OMC (Organização Mundial do Comércio), e esses problemas vêm sendo discutidos até hoje pelos dois Governos.

Vantagens do Mercosul

Muitos economistas entendem que a formação e consolidação do Mercosul como um mercado associado constitui uma arma contra o domínio exercido pelos Estados Unidos sobre a América Latina. Atualmente os blocos econômicos têm maior poder de negociação com as grandes potências, do que teriam os países isoladamente.

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