Reforma Protestante – Calvinismo

Tratamos anteriormente dos fatores que motivaram a Reforma Protestante, bem como do surgimento do luteranismo na Alemanha e as suas características. No texto de hoje falaremos um pouco mais sobre as reformas religiosas, mais especificamente sobre a expansão do calvinismo na Suíça.

A Reforma na Suíça

Na Suíça existiam vários centros comerciais importantes e, nessas cidades, o poder se encontrava nas mãos de uma burguesia nascente. No entanto, predominava no país uma moralidade religiosa de fundo medieval, que condenava o lucro e a usura, dificultando o desenvolvimento do comércio.

Nesse contexto, Ulrich Zwinglio, a partir de 1519, se tornou um grande defensor do rompimento com Roma, propondo uma prática religiosa mais pura e simples. As ideias de Zwinglio se espalharam rapidamente pelo norte da Suíça, mas alguns estados se opuseram a conversão, eclodindo, em 1529, uma guerra civil que culminou na derrota de Zwinglio e sua morte.

A derrota de Zwinglio, no entanto, não representou o fim de suas ideias. Com o passar do tempo, seu pensamento se difundiu do norte a Genebra e lá encontrou terreno fértil. Essa cidade era um grande central comercial e o poder econômico pertencia à burguesia, enquanto o poder político estava nas mãos da nobreza feudal. Sendo assim, a grande burguesia liderou as massas populares em uma revolta contra a dominação feudal, transformando Genebra em uma cidade república independente.

Calvinismo

Calvino

Calvino

Após a revolta, um teólogo francês se destacou na cidade de Genebra: João Calvino. Em pouco tempo sua pregação conquistou a elite econômica e intelectual da cidade e o calvinismo se tornou a religião oficial de Genebra e, mais tarde, de quase toda a Suíça.

A doutrina de Calvino se assemelhou bastante à de Lutero. Entre os principais fatores para a aceitação do calvinismo na Suíça foi sua defesa do trabalho, da poupança, do lucro e da usura. Como vimos, a moralidade católica era um problema para a burguesia suíça. Nesse sentido, a santificação do trabalho era ponto importante para expansão do comércio e ascensão política dos comerciantes, uma vez que justificava suas práticas econômicas.

Por isso, a burguesia simpatizava com a doutrina calvinista. Por ter tantos simpatizantes, essa doutrina se expandiu mais rápido do que o Luteranismo.

Em outras regiões da Europa o calvinismo ganhou diferentes nomes. Na Escócia, os calvinistas ficaram conhecidos como presbiterianos; na França como huguenotes; e na Inglaterra foram chamados de puritanos.

Calvinismo na Atualidade

Hoje em dia, ainda podemos ver os ideais da doutrina calvinista no Brasil. As maiores representantes dessas tradições são a Igreja Presbiteriana no Brasil, a Igreja Anglicana Reformada do Brasil e a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.

As principais obras teológicas de referência do Calvinismo são “As Institutas da Religião Cristã”, de João Calvino, “Uma Defesa do Calvinismo”, de Charles Haddon Spurgeon, “Calvinismo”, de Abraham Kuyper e a Bíblia de Estudos de Genebra.

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