O Absolutismo Monárquico

O Absolutismo Monárquico foi um sistema político e administrativo, característico dos estados europeus no Período Moderno. Nesse regime político, o poder se concentra nas mãos de rei, de forma absoluta, ou seja, livre da interferência de outro órgão, seja ele judicial, legislativo, religioso ou eleitoral. Três pilares principais davam sustentação ao Estado Absolutista:

  1. Burocracia: os monarcas absolutos contam com um grande número de ministros, conselheiros e assessores à serviço do Estado;
  2. Mercantilismo: acúmulo de riquezas, pois quanto mais rico é um reino, maior o prestígio e respeito internacional de seu governante;
  3. Sociedade de Corte: a nobreza e o clero recebiam um tratamento diferenciado no Estado Absolutista, com a concessão real de direitos e privilégios para essas esferas da sociedade.

Além de prática política, o Absolutismo possuía uma forte fundamentação teórica. Pensadores e filósofos do Período Moderno se preocuparam em justificar e legitimar o regime absolutista e o poder do monarca. Nesse contexto, se destacam as teorias de Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, Jacques-Benigne Bossuet e Jean Bodin.

Teóricos do Absolutismo

Jacques Bossuet, Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel

Jacques Bossuet, Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel

Nicolau Maquiavel (1469-1527)

Foi um poeta, historiador, diplomata e músico que viveu no período do Renascimento. Sua obra mais conhecida foi O Príncipe, um tratado político de grande relevo, fundamental para a construção da ideia de Estado, tal qual conhecemos hoje. Nela, Maquiavel faz recomendações ao príncipe, indicando as maneiras corretas de conduzir e administrar o governo. A frase “os fins justificam os meios”, comumente atribuída à Maquiavel, se refere à ideia de que todas as ações do governante serão perdoadas, desde que sejam motivadas pela manutenção de sua autoridade.

Jean Bodin (1530-1596)

Foi um jurista e professor de Direito francês. Em sua obra, defendeu a teoria do Direito Divino do Rei, segundo a qual o poder monárquico foi concedido ao rei diretamente por Deus e, por isso, os súditos devem obediência ao monarca. Para ele, o poder deve estar concentrado nas mãos do governante e para que exista um bom governo, o povo deve abrir mão de seu poder soberano e transferi-lo inteiramente ao rei.

Thomas Hobbes (1588-1679)

Foi um matemático, teórico político e filósofo inglês. Em sua obra mais conhecida, O Leviatã, Hobbes defende a teoria do Contrato Social.  Segundo essa teoria, os governos surgem por meio de um contrato, no qual os homens abrem mão de sua liberdade natural para viverem com segurança e tranquilidade. Com esse pacto, os homens abrem mão de sua liberdade, em favor do poder de uma autoridade inquestionável, que impõe a ordem e a paz entre os homens.

Jacques-Benigne Bossuet (1627-1704)

Foi um bispo e teólogo francês, considerado um dos principais teóricos do reinado de Luís XIV, o que se justifica por sua atuação política e religiosa no governo de Luís XIV e por seus livros que exaltam a figura do monarca e o caracterizam como um represente dos desígnios divinos. Assim como Jean Bodin, Bossuet defendeu a teoria do Direito Divino do Rei, ou seja, que o poder do rei é legitimado pelo próprio Deus, por isso os súditos devem obediência ao mesmo.

Comentários
  1. yuri
  2. Pessoa Humana

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