Guerra dos Cem Anos
A disputa pelo poder na região da Aquitânia (sul da França) entre os reis Eduardo III da Inglaterra e Filipe VI da França desencadeou em 1337 uma guerra que só terminaria em 1453.
Os ingleses tiveram sucesso em grande parte do conflito. Comandados por Eduardo III e seu filho, venceram em Crécy (1346) e Poitiers (1356), e conquistaram Calais. No reinado de Henrique V (1413/22), venceram em Agincourt (1415) e ocuparam parte do norte da França. Além da Aquitânia, eles queriam reconquistar antigos feudos ligados à Coroa inglesa por herança ou vassalagem. Também pretendiam estimular a rebelião em Flandres (parte da atual Bélgica), cujo governante era vassalo do rei francês e para onde a Inglaterra exportava grande parte de sua lã.
Novas Técnicas de Guerra
Uma nova técnica de guerra favoreceu essas vitórias. Em Crécy, os ingleses usaram um arco longo, portátil e mais rápido que os instrumentos atiradores de flechas (bestas) usados pelos franceses. A decisão das batalhas, que antes cabia à cavalaria feudal (nobres munidos de armaduras e lanças), passou à infantaria (arqueiros a pé).
Mas, depois da morte de Henrique V, os ingleses perderam o que haviam ganho. Em 1429, estimulados por uma heroína, Joana d’Arc (que acabou sendo capturada e queimada como herege), os franceses expulsaram o inimigo de Orléans e alcançaram depois outras vitórias. Também foram beneficiados pelos aperfeiçoamentos que fizeram no canhão, uma arma nova para a época.
Quando a paz foi restabelecida, em 1453, os ingleses só possuíam na França o porto de Calais, que abandonariam em 1558.
O que os Dois Países Ganharam com a Guerra
A Guerra dos Cem Anos contribuiu sobretudo para a formação de uma consciência nacional nos dois países (França e Inglaterra), que antes não passavam de um conjunto de feudos (cada um com Exército, leis e governantes próprios) debilmente ligados ao rei por um complicado sistema de vassalagem. A mobilização contínua para a guerra estimulou a formação de exércitos nacionais e de sistemas unificados de impostos. Tudo isso fortalecia o poder do rei e lançava as bases do estado moderno centralizado.