Resumo da Tragédia de Édipo – Complexo de Édipo e Psicanálise

A psicanálise foi criada por Sigmund Freud, e tem como objetivo tratar distúrbios neurológicos e psíquicos. Esta área de estudo analisa o inconsciente, além de “mensagens ocultas” na linguagem, ações, etc. É um área que permite um tratamento terapêutico a fim de curar um aspecto defasado do indivíduo.

Freud foi imerso na área de “histeria”, conhecida como a doença que acometia psicologicamente os indivíduos. Durante seus estudos, ele interpretou essas questões mentais. O psicanalista chegou a conclusão de que os desejos e fantasias humanas, ao serem reprimidos, vinham a tona como outros sintomas, por meio do inconsciente.

Para Freud e sua teoria de psicanálise, o sexo, a perversão e o narcisismo são conceitos e desejos centrais do ser humano. Partindo deste princípio de vontades sexuais reprimidas, ele desenvolveu o conceito do “Complexo de Édipo”, baseado na tragédia edipiana.

O Complexo de Édipo relaciona questões do consciente, desejos sexuais e relações familiares para compilar todas as teorias de Freud e demonstrar como estas vontades reprimidas afetam o indivíduo. Para entender o conceito, tema recorrente de aulas de sociologia e filosofia, é necessário conhecer a história.

A Tragédia Edipiana

Laios, o rei de Tebas, teve uma profecia a respeito de sua fertilidade. Preocupado com esta questão de ser infértil e não produzir um herdeiro, ele procurou um oráculo. Este oráculo lhe disse que ser infértil era melhor, já que ter um filho com sua mulher Jocasta arruinaria sua família. Segundo a visão tida pelo oráculo, este filho o mataria e tomaria sua mulher como esposa. Laios então afastou Jocasta de sua cama.

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Édipo furou os próprios olhos ao saber que tinha tomado sua mãe como esposa

Percebendo a distância entro o casal, a rainha embebedou o marido para com ele se deitar e ter um filho. Logo após o nascimento da criança, o rei ordenou a um escravo que a matasse, para que não se cumprisse a profecia. O escravo, sem coragem de realmente matar o bebê com suas próprias mãos, furou o pé da criança e a deixou pendurada em um monte para que os abutres a comessem.

Porém, um pastor que passou por ali e viu a criança, a resgatou e entregou para o rei Polibo de Corinto, para que a adotasse, já que não tinha filho. Deram ao menino o nome de Édipo, por ter os pés inchados. Ao ficar adulto, Édipo consultou o oráculo, que lhe disse que ele mataria seu pai e tomaria sua mãe como esposa. Por amar seus pais adotivos, Édipo decidiu fugir para evitar a tragédia.

Édipo se encontrou com Laios em uma estrada, que mandou que saísse do seu caminho. Édipo não obedeceu e um dos escravos de Laios passou por cima do seu pé. Com raiva, Édipo matou todos, inclusive seu pai, sem saber.

A Esfinge era um monstro que atormentava a cidade de Tebas com um enigma:  “O que tem às vezes 2, às vezes 3, às vezes 4 pernas e quanto mais tem, mais fraco é?” Quem não acertasse a resposta seria devorado e a peste continuaria assolando a cidade. Laios tinha saído da cidade para resolver esse enigma. Mas, com sua morte, quem resolveu o dilema foi Édipo, que encontrou a Esfinge e lhe disse: “É o homem, pois ele engatinha quando criança, anda quando adulto e usa bengala quando velho.

Com isso, Édipo salvou a cidade do monstro e foi nomeado rei, tomando Jocasta como esposa, sem saber que era sua mãe. Assim, uma desgraça caiu sobre a cidade.

O mistério só foi resolvido quando a mãe de criação de Édipo, Peribeia, revelou que ele era adotado através de uma carta. Jocasta se matou e Édipo furou os próprios olhos com um alfinete de Jocasta. Antes do casamento terminar, eles ainda tiveram quatro filhos.

O Complexo de Édipo

Este conceito relaciona os desejos sexuais da pessoa com suas relações parentais. Segundo Freud, o indivíduo sente uma atração inicial por sua mãe, não necessariamente sexual, devido à proximidade gerada pela amamentação e parto. Além disso, o psicanalista chega a conclusão de que, por esta atração sentimental, é gerado um sentimento de competitividade com o pai, o que não pode ser evitado.

Freud usa como metáfora a tragédia grega pois ela mostra bem como os desejos instintivos e derivados do inconsciente funcionam. Édipo não sabia quem eram os seus pais, não os conheciam, e mesmo assim, o destino o levou a matar o seu pai e tomar como esposa sua mãe.

Surge então uma reflexão de Freud acerca deste assunto. Seriam os desejos reprimidos fonte de toda esta tragédia? Caso eles não fossem suprimidos de tal forma, e sim naturalizados e Édipo fosse sujeito a um tratamento, seria possível evitar tais acontecimentos?

O Complexo de Édipo hoje é estudado para explicar o porquê dos meninos se identificarem com a figura paterna, e tomarem a mãe como pessoa da qual advém o carinho, amor, etc. E, dependendo de como essa dinâmica familiar funciona e seu nível de intensidade, justificam-se o ciúmes, síndromes, opressão, etc.

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